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Conversando com o SEBRAE

Revista O Lojista - edição 177 - página 9 - 24/09/2019

Quem me conhece há algum tempo, conhece igualmente o amor que eu tenho pelas palavras, e, por conseguinte, pelos livros! Não estaria errada se afirmasse, e o faço agora, que nesta vida, as palavras contidas nos livros me salvaram a existência! E não é isto um exagero. É um fato!
Pois bem, recorrendo às palavras de Machado de Assis, no clássico Dom Casmurro, eu encontro a essência do empreendedorismo, no inspirador diálogo onde se lê: “Divindade não destrói sonhos… Somos nós que ficamos esperando, ao invés de fazer acontecer”.

Não por acaso, é fácil observar que eu encontro empreendedorismo em todo lugar. Fato! Mas, para minha absolvição, antes que eu seja condenada por enviesar ou distorcer tudo pela ótica empreendedora, lanço mão de um conceito do Babson College que diz: “O empreendedorismo é um modelo de pensar e agir obcecado pela oportunidade, holístico na abordagem e cuja liderança é equilibrada pela proposta de criação de valor”.

Ufa: estou salva! Porque assim é o empreendedor, ou seja, é aquele que olha para as coisas e vê além do que a inércia, a cultura ou o olhar despretensioso consegue ver!

Assim sendo, com o modo empreendedor (entrepreneurial way) que está fixado no meu olhar, no meu pensar e no meu jeito de viver, me deleito com o diálogo de Machado de Assis que chama atenção para o fato de que o legítimo ato de SONHAR está diretamente conectado com a iniciativa para FAZER ACONTECER, quando, ou se desejamos verdadeiramente, transformar um sonho em realidade.

Por isto, o fato de ser um “obcecado pela oportunidade” é igualmente “holístico”, porque o ser humano é um, é uno, é integral e indissociável, e, portanto, a personalidade e o modus operandi de cada pessoa se reflete nos pensamentos, nas palavras, e finalmente, nas ATITUDES.

Voltando às palavras que deram origem a esse artigo cheio de divagações, note-se que o diálogo é iniciado com uma pergunta: É pecado sonhar? A pergunta é o fio condutor de toda a nossa existência, e a INICIATIVA que se segue após o surgimento da pergunta será o início do próximo capítulo da nossa história. Ou não!

Será o início, quando tal sonho é impregnado de tanto SIGNIFICADO PESSOAL, que quase imediatamente atribuímos VALOR, ou em outras palavras, IMPORTÂNCIA, àquelas ideias que brotaram em nossa mente e tocaram o nosso coração.

Quanto mais SIGNIFICADO PESSOAL tem o SONHO, maior a probabilidade de investirmos TEMPO, ENERGIA, ESFORÇOS e FAZER SACRIFÍCIOS para REALIZAR o que sonhamos!

Longe estou de afirmar que na vida não exista quem tenha uma boa dose de sorte, de ajuda do destino ou das forças do além.

Mas a pergunta poderá dar continuidade a um mesmo capitulo, se assim como Capitu, a célebre personagem de Machado de Assis, você atribuir a frustração pela não concretização dos seus sonhos à divindade, responsabilizando os fatores externos, ou seja, àqueles sobre os quais não tem controle (a divindade, o destino, a falta de sorte ou qualquer outro nome que se dê) pelas infelicidades da sua vida.

Se você tem um SONHO, transforme-o em uma META e FAÇA ACONTECER! Traga os fatos e os atos para o seu lócus de controle interno, concentrando-se no que é possível realizar por sua conta e risco em prol da FELICIDADE que DESEJAS e MERECES TER! Porque ser empreendedor da sua vida, só você pode ser!

*Mirella Condé é analista do Sebrae Rio

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