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Empreender também é coisa de mulher

Revista O Lojista - edição 160 - página 16 - 20/02/2018

Março é o mês da mulher, o que nos faz refletir que a cada ano mais e mais mulheres têm entrado na vida empreendedora no Brasil. De acordo com pesquisas, um dos motivos para esse aumento é busca pela realização pessoal. O aumento das mulheres no mundo dos negócios cresceu tanto, que mais da metade dos novos empreendimentos abertos em 2016, foi fundada por mulheres, segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor, em 2017.  Além da realização pessoal, outro motivo facilmente encontrado que leva as mulheres a empreender é a vontade de fazer a diferença no mundo, o que tem trazido mais diversidade no processo de venda e formulação dos produtos e serviços encontrados no mercado. Uma matéria feita pelo Sebrae informou que os setores mais investidos por elas são o comércio e o serviço.

Números

Só no Brasil, cerca de 5,693 milhões dos empreendedores são mulheres e mais da metade delas possui ensino superior. Em comparação com os homens, de acordo com pesquisa do Banco Itaú, a mulher tem entrado nos negócios mais jovem e mais escolarizada. 

Ainda segundo a pesquisa, a maioria das empreendedoras está na região sudeste e 55% delas optam pela área de serviços. Se até 2020 a igualdade de gênero for realidade, a taxa do PIB brasileiro pode aumentar até R$ 850 milhões.

Maternidade

Mas esse caminho não é fácil. Um estudo publicado na American Sociological Review e na Harvard Business Review diz que apesar de um vasto currículo, as mulheres ainda são desmerecidas no mercado de trabalho pela possibilidade de serem mães. Com isso, os homens têm três vezes mais chances de conseguir um emprego ou uma posição melhor no trabalho. Por outro lado, uma matéria publicada pelo “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”  mostra que a maternidade pode fazer da mulher uma boa empreendedora. Além disso, é uma oportunidade de manter a sucessão nos negócios.

Volta Redonda tem mulheres com poder empreendedor e em família

Formada em Contabilidade, Psicopedagogia, MBA em Gestão e pós-graduada em Finanças, Idenir Geralda de Oliveira, de 56 anos, é proprietária do Instituto Educacional Radeane. Filha de uma dona de escola de costura, Idenir cresceu no ambiente educacional e começou a trabalhar em ambiente escolar logo cedo. Toda sua vida mudou em 1985, quando decidiu abrir o instituto com uma amiga professora.
 
- No início eu tive muito apoio da minha família e também dos amigos.  O início foi muito difícil. Tiveram funcionários que abraçaram a causa comigo e trabalharam cerca de um ano, sem eu ter como pagá-los e sem eu mesma receber. Era muita luta, muita correria e trabalho, mas eu sempre gostei, me sentia realizada – relembrou. 

Alguns anos depois que abriu a escola, Idenir descobriu que estava grávida da Maria Marques. “Ela nasceu em abril, eu trabalhei até três dias antes dela nascer. Tive o tempo de repouso e, três meses depois, eu já retornei aos trabalhos, acompanhada da minha filha. Preparei a minha sala com todo o conforto para ela, o que facilitou muito. Para mim, o processo todo foi muito fácil, porque eu tive a oportunidade de ficar com ela o tempo todo”, contou. 



Hoje, com 26 anos, Maria Marques é diretora financeira da escola. Segundo ela, a mãe nunca impôs ou influenciou na sua decisão. “A intenção dela era que eu fizesse Direito, Relações Internacionais, fosse embora, porque empreender não é fácil. Só que eu tentei e não me adaptei. Desde pequenininha estive acompanhando o dia a dia da minha mãe na escola e despertou em mim a vontade de ficar e seguir nesta área”, disse. 

Para seguir os passos da mãe, Maria cursou Administração, Gestão de Negócios e Gestão de Pessoas. “Minha mãe é uma influência enorme para mim. Tenho uma admiração muito grande por ela. Vejo o quanto ela se dedica, preza pela qualidade do ensino e isso está dentro de mim também”, concluiu sorrindo.

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Agência Interagir