De maneira objetiva, os ensinamentos formais e tradicionais, com muita frequência, não se aplicam ao cotidiano de tomada de decisão de um empresário, que assume diversas funções dentro do seu negócio. Dessa forma, para que possa conduzir a gestão do empreendimento, ainda que intuitivamente, ele se baseia nos seus papéis (QUEM SOU EU), nas suas habilidades (O QUE EU SEI) e na sua rede de contatos, que lhe dará suporte, (QUEM EU CONHEÇO).
Sarasvathy defende que explorar ferramentas sobre autoconhecimento é o caminho mais curto e factível para que os negócios sejam geridos de maneira mais efetiva, uma vez que entendendo sobre sua personalidade e seus desejos, conhecendo melhor sobre suas competências (inclusive sobre aqueles que precisa desenvolver) e entendendo bem sobre sua rede de suporte (com foco no seu fortalecimento), o empreendedor consegue tomar decisões sensatas.
Um exemplo prático pode ser percebido na seguinte situação: para definir se deve comprar uma máquina nova para sua empresa, tomando como referência os registros de fluxo de caixa, o empresário vai utilizar sua experiência anterior com o negócio, calcular as contingências existentes e os riscos que é capaz de suportar, analisar sua rede de fornecedores e parceiros, para então aplicar ou não o recurso disponível no investimento.
Uma vez que se torne capaz de responder com clareza e segurança às três perguntas chaves mencionadas anteriormente, o empreendedor estará mais apto a agir com foco em O QUE EU QUERO e QUANTO EU GANHO. O papel das instituições de apoio aos pequenos negócios pode ser potencializado à medida que práticas já adotadas pelo empreendedor sejam transformadas em inteligência de mercado e permitam reflexões poderosas sobre os recursos existentes e contingências já dadas.
(*) Fabiana Ramos, analista do Sebrae/RJ, especialização em Professional & Self coaching, mestrado em sociologia e antropologia, MBA em Gestão de Projetos, graduação em História e Ciências Sociais.