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Conversando com o SEBRAE

Revista O Lojista - edição 167 - página 20 - 02/10/2018

O mundo está mudando muito rápido e, devido às novas tecnologias que surgem e evoluem, constantemente, essa transformação mercadológica vem criando novos níveis de exigência por parte dos consumidores e clientes, que cada vez mais buscam consumir e experimentar produtos e serviços diferenciados, mesmo que isso signifique pagar mais a fim de obterem produtos customizados e específicos. Monitorar concorrentes, saber o que há de novo no mercado e as tendências para o negócio são necessidades constantes das empresas no mercado globalizado atual. 

Renomados autores definem Inteligência Competitiva como a atividade que objetiva a obtenção, a análise e a disseminação de informações para auxiliar no processo decisório. É um processo sistemático e ético, ininterruptamente avaliado, de identificação, coleta, tratamento, análise e disseminação da informação estratégica para a organização, viabilizando seu uso no processo decisório. A IC deve existir dentro das organizações como uma cultura que permita reduzir a incerteza na tomada de decisão, olhar mais longe, prever mudanças estruturais, prevenir surpresas tecnológicas, ter melhor perspectiva da capacidade atual e futura do concorrente e de suas intenções, ganhar vantagem competitiva pela redução do tempo de reação aos acontecimentos e melhorar o planejamento de curto, médio e longo prazos. 

Grandes corporações no mundo inteiro, incluindo o Brasil, possuem sistemas de Inteligência Competitiva visando monitorar concorrentes, identificar novos modelos de negócios, expandir e consolidar seus atuais mercados, identificar novos nichos de mercado, monitorar o comportamento dos consumidores, criar novas tecnologias, produtos e processos, elaborar seus planos estratégicos etc. 
As empresas de pequeno porte precisam se valer do diferencial competitivo para se manterem no mercado. Assim, o ideal é que adotem a prática de IC a fim de monitorar e analisar os seus concorrentes e também introduzir melhorias que levem suas empresas ao crescimento e ao aumento da lucratividade. 

A Inteligência Competitiva, se adotada como uma prática pelos pequenos negócios, contribuirá para que possam identificar, de forma estruturada, possíveis ameaças e /ou oportunidades, que se transformarão em conhecimento de alto valor agregado para a organização e ajudarão no seu crescimento e desenvolvimento. Apesar da sua importância e relevância, não é trivial para as pequenas empresas implantarem e operarem um sistema de inteligência, na sua amplitude, em função dos custos e recursos necessários para tal. Desta forma, uma alternativa para viabilizar esta prática seria a criação e implantação de sistemas de Inteligência Competitiva com enfoque setorial, onde os custos e a infraestrutura possam ser compartilhados por um conjunto de empresas de um mesmo setor econômico. 

Como exemplo de métodos dessa natureza, o Sebrae/RJ implantou um sistema de Inteligência Competitiva, que atende aos setores de alimentos, construção civil, moda, petróleo & gás e turismo. O sistema dissemina produtos de IC, na forma de boletins de tendência e relatórios de inteligência, elaborados por profissionais especializados, que monitoram, coletam e analisam informações estratégicas vinculadas a esses setores. Para que essa prática possa ser difundida, é fundamental que as pequenas empresas se organizem em torno de associações de classe, instituições de pesquisa e desenvolvimento setoriais, órgãos de fomento, entre outros atores e parceiros, visando à criação, implementação e operação de sistemas de inteligência setoriais que possam beneficiá-las de maneira sistemática e sustentável ao longo do tempo.

* Marcelo Seixas de Aguiar é analista da Gerência de Conhecimento e Competitividade do Sebrae/RJ

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Agência Interagir