Antigamente conhecido como Asilo da Mendicidade, a instituição que ficar no bairro Estamparia, em Barra Mansa, passou mudanças recentemente, e ganhou um novo novo: Lar da Sabedoria e Fraternidade. Por causa da inadimplência de algumas famílias que mantêm idosos na entidade, a instituição vem necessitando de parcerias, apoio financeiro e doações, visando o bem-estar dos abrigados. O Lar da Sabedoria e Fraternidade funciona há 30 anos, recebendo idosos. Muitas famílias não têm como cuidar deles, seja por falta de tempo, devido à correria do trabalho do dia a dia, ou por achar necessário, principalmente, em caso de acamados ou com problemas de saúde, cuidados de profissionais mais experientes.
Como os custos para oferecer qualidade de vida e bem-estar para esses idosos, são altos, porque incluem alimentação, acompanhamento médico, remédios, fraldas, artigos de higiene pessoal e de cama, por exemplo, além de uma equipe multiprofissional, nem sempre o valor da mensalidade é o suficiente para cobrir essas despesas. Segundo a coordenadora-geral do asilo, Cláudia de Castro, ainda existem famílias que não pagam as mensalidades e nem os custos com fraldas e remédios, o que acaba sobrecarregando o orçamento da instituição. “Nosso compromisso é atender bem e não deixar faltar nada, mesmo que haja inadimplência, por isso, quanto mais apoio e ajuda tivermos, melhor conseguimos atender e evitar problemas financeiros, que podem acabar provocando uma crise, como muitas instituições estão tendo atualmente”, afirmou.
Hoje o Lar conta com 30 funcionários para cuidar de 50 idosos. Os profissionais se dividem entre cuidadores, educadores físicos, fisioterapeutas, psicólogos e diretoria. Além de todo o cuidado médico, eles também proporcionam aos idosos uma programação dinâmica, com produção de artesanato, culto religioso, atividades de dança e passeio. Em cada dia da semana, eles têm uma atividade diferente.
Existem dificuldades que a direção enfrenta. A coordenadora aponta como a principal delas, a falta de compromisso de algumas famílias, que não pagam a mensalidades e nem contribuem com a manutenção de remédios e fraldas. “Nós fazemos nossa parte, não deixamos faltar nada, independentemente, de qualquer coisa. Mas existe uma minoria que, infelizmente, negligencia algumas coisas como fraldas e medicamentos, além de atrasar a mensalidade. A dificuldade é lidar com esses poucos familiares”, explicou a coordenadora.
Cláudia de Castro contou que o nome atual traduz melhor o que é vivido hoje na entidade. “Quando a dona Lígia Sampaio fundou a casa, ela acolhia moradores de rua, porém, com o tempo, fomos nos modificando até nos tornarmos o que somos hoje, um asilo. Aqui formamos uma grande família”, explicou. De acordo com ela, nem sempre essa transição entre a casa da pessoa e o asilo é fácil, muitas vezes, é um processo bem complicado, o que reforça ainda mais o cuidado na admissão de novos idosos. “Quando as famílias nos procuram, nós buscamos saber a razão dessa procura. A partir disso, conhecemos o idoso, convidamos ele a passar um dia no asilo e, por fim, perguntamos se ele quer ficar ou não. São eles que tomam a decisão”, contou.
E essa preocupação de manter um asilo com alto nível de atendimento tem motivo.