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Novo acordo para manter comércio aberto traz alívio por comerciantes e trabalhadores

09/04/2021

O novo acordo firmado entre o prefeito Antônio Francisco Neto no dia 08/04 com representantes do MPRJ (Ministério Público do Estado do Rio), da Defensoria Pública, do Sindicato das Escolas Particulares, UniFoa, Aciap-VR (Associação Comercial, Industrial e Agropastoril) e o juiz da 6ª Vara Cível, André Aiex, para manter o funcionamento das atividades econômicas e Volta Redonda trouxe mais alívio e esperança para o comércio e os trabalhadores, que ficaram preocupados com um fechamento e possíveis demissões no setor. 

A empresária Solange Santana, proprietária da loja de roupas Tia Sô, no Santo Agostinho, que está há 15 anos no segmento de vestuário elogiou o novo acordo. “Mesmo em horário de funcionamento de 10 às 17 horas, agradeço a Deus por essa medida que nos mantém de portas abertas. Desde o ano passado, tem sido um grande desafio continuar com a loja e tem sido necessário ter muita resiliência. Mais um fechamento não sei como faríamos para nos manter”, afirmou.

Ela afirmou que faz vendas por crediário e esse formato é o diferencial para os clientes. “Se as lojas fecham, como o cliente vem pagar o crediário? Sabemos que a doença ainda persiste, esperamos que passe logo, mas é possível manter a abertura com as medidas preventivas, que são rigorosamente seguidas tanto por nós quanto pelas clientes”, completou.

Erasmo Barud, da 606 Calçados e Confecções, também no Santo Agostinho, acredita que é necessário valorizar o acordo feito pelos órgãos públicos e entidades comerciais. “Nosso movimento caiu cerca de 70% desde o início da pandemia. Foi a única coisa que caiu, já que as despesas continuaram e o aluguel da loja aumentou. Estamos seguindo o protocolo de segurança e os horários determinados, precisamos que as lojas continuem abertas”, disse.

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Ele ainda complementou destacando a importância do comércio aberto para que se mantenha empregos. “Mesmo com toda dificuldade e incerteza gerada pela pandemia, fomos fortes e conseguimos não demitir ninguém. Esperamos que assim continue. Vimos o Santo Agostinho crescer muito comercialmente, lojas abrindo e agora, já com a dificuldade desde 2020, tivemos a infelicidade de ver fechando muitas outras. Estamos torcendo para que não aconteça mais e que as pessoas redobrem os cuidados com a prevenção”, acrescentou.

Para quem depende do comércio para levar o sustento para casa, o novo acordo também foi positivo. “Foi de suma importância para nós que trabalhamos no comércio, principalmente, porque mantém nosso trabalho e, consequentemente, o sustento das nossas famílias. Já vínhamos sofrendo com a diminuição do fluxo de cliente, mas buscando reinvenção. Utilizamos redes sociais com mais intensidade para atrair o público e vender”, comentou Roberta Alves, vendedora da Space Shoes.

Já no Centro, os comerciantes também ficaram felizes com o novo acordo que permite a abertura das lojas. Para o gerente da Lumman Calçados, Vander Luís da Silva Gama, esse acordo foi fundamento neste momento em que boa parte das empresas passa por dificuldades. “Foi importante até para que as empresas não demitissem, por não aguentariam fechar mais por um período sem saber do futuro “, acrescentou. A loja, que existe há 15 anos na Avenida Amaral Peixoto, emprega dez funcionários.

A CDL lembra que os protocolos de prevenção a Covid-19 são rígidas, sendo necessário que as empresas exijam dos funcionários e clientes o uso de máscara, promovam o distanciamento social e disponibilizem álcool 70% ou local para higienização para as mãos com água e sabão. A multa para as empresas que descumprem os decretos e essas medidas pode chegar a R$ 6 mil.

A entidade se solidariza com o segmento de bares e restaurantes, mas entende o momento delicado. A CDL reforça que quando o setor for liberado para funcionar, que todos trabalhem conforme o decreto indicar com número reduzido de clientes, respeitando o distanciamento social e combatendo a aglomeração. Para a instituição, trabalhando de forma segura evitará que a concessão de uns prejudique os que trabalham de forma correta e consciente.

PRINCIPAL EMPREGADOR DA CIDADE

Na cidade, pelo menos 80% dos estabelecimentos comerciais são micro ou pequenas empresas, que trabalham com um orçamento enxuto e dependem de vendas a curto prazo para continuarem funcionando, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Volta Redonda (CDL-VR). O setor também é responsáveis por boa parte dos empregos gerados. O município tem hoje em torno de 8 mil estabelecimentos comerciais e gera quase 40 mil empregos, sendo o comércio de bens e serviços um dos principais empregadores. 
A possibilidade de um novo fechamento gerou medo e incertezas, uma vez que muitas lojas ainda não se recuperaram dos quase 80 dias fechados em 2020. A cidade chegou a registrar o fechamento de mais de 100 empresas e quase 7 mil demissões, mas economia voltou a se recuperar com a manutenção dos empregos, segundo a CDL. 

Dados do Ministério do Trabalho, por exemplo, apontam que Volta Redonda teve saldo positivo na geração de empregos nos dois primeiros meses de 2021. A maior cidade da região gerou 307 novos empregos em janeiro e 491 em fevereiro. O salto de quase 60% se deu principalmente pela recuperação do comércio entre o primeiro e o segundo mês do ano. 

SOBRE O ACORDO

As atividades econômicas em Volta Redonda seguirão funcionando nos moldes do decreto atualmente em vigor na cidade (16.629/2021), que permite, entre outras coisas, o comércio funcionar com horário restritivo de 10 às 17 horas em dias de semana e de 9 às 13 horas nos finais de semana.

O novo acordo fechado em Volta Redonda definiu que a Secretaria Municipal de Saúde apresentará um relatório semanal à Justiça com informações sobre a Covid-19. Ainda pelo acordado ontem, as atividades consideradas não essenciais somente serão paralisadas se a rede regional de Saúde registrar 90% de ocupação de leitos de UTI e a rede municipal chegar a 75% de ocupação de forma concomitante por três dias consecutivos.

Reconhecida de Utilidade Pública: Lei Municipal Nº 1381/76 - Lei Estadual Nº 1559/89
Filiada: Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Rio de Janeiro.

Agência Interagir