A CDL e a Aciap de Volta Redonda, representando também o
Sicomércio-VR, participaram nesta terça-feira, 14/07, da sessão da Câmara de
Vereadores, para falarem sobre a situação do comércio durante a pandemia da
Covid-19. Estiveram presentes os presidentes, Gilson de Castro, da CDL; e Luís
Fernando Cardoso, da Aciap. Eles usaram a tribuna para reforçar a importância
da luta para manter o comércio aberto, com a necessidade da revisão do acordo
feito pelo Governo Municipal com o Ministério Público que criou eixos para
flexibilização do comércio.
O primeiro a falar foi Luís Fernando, que destacou que dos
110 dias de quarentena, o comércio ficou 79 dias com as portas fechadas e,
durante esse período, pelo menos 200 empresas encerraram as atividades e cerca
de 7 mil trabalhadores foram demitidos. “Fizemos esse levantamento com dados do
Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados e à Junta Comercial, mas pode ser
ainda maior, porque muitas empresas ainda não cancelaram seus CNPJ´s e, além
disso, muitos trabalhadores ainda estão em suspensão de contrato. Infelizmente,
esse abre e fecha tem causado muito transtorno e incertezas”, afirmou.
Ele apresentou três sugestões para o eixo para
flexibilização: mudar de 5% em três dias seguidos para por sete dias seguidos;
ocupação de leitos de UTI de 50% para 85%; e o no caso do Hospital de campanha
de 60% pra 85%. “São índices preconizados pela Organização Mundial de Saúde.
Esses dados mudam muito rápido e não se pode medir em tão pouco tempo como se
tem feito. Dá três dias seguidos com 5%, aí, fecha, no quarto dia, já está
0,6%. É uma média que não vale. O que precisa mesmo é o Poder Público estar
preparado para lidar com a evolução e atender bem os pacientes. O comércio não
é o culpado pela disseminação do vírus. As lojas desde o início da reabertura
estão trabalhando com todas as medidas preventivas necessárias”, afirmou.
Já Gilson reforçou que a economia está vivendo um dos
períodos mais difíceis e que a pequena e microempresa, que representam mais de
80% dos segmentos de varejo e serviço, não suportam mais um dia se quer
fechadas. “Muitas estão à beira da falência. São pais de família que não
conseguem mais levar o sustento para casa. Trabalhadores que tiveram que demitir
não porque quiseram, mas porque não tiveram outra saída, porque já não tem como
comprar comida para colocar na mesa da família. A realidade está muito difícil
para uma grande parcela de comerciantes. O único isolamento que existe é o do
varejo. Nas periferias, o ir e vir continua. As ruas continuam movimentadas,
com festas em muitos lugares. E quem paga essa conta é só o comércio. Não
podemos mais aguentar isso,”, afirmou.
O presidente da CDL também citou que várias propostas de
flexibilização do horário foram apresentadas tanto ao prefeito Samuca Silva
quanto ao Ministério Público desde o início, mas nenhuma foi levada em
consideração. Foi proposto que o
Legislativo crie uma comissão parlamentar para acompanhar a situação junto com
as entidades para discutir com o Governo Municipal e também com o Ministério
Público uma nova proposta que não puna o comércio, que é o principal gerador de
empregos da cidade, que até março empregava em torno de 44 mil pessoas, com
cerca de 10 mil estabelecimentos comerciais.
Após a fala dos líderes empresariais, a maioria dos
vereadores se pronunciou favorável à luta dos comerciantes e à criação da
comissão. O requerimento deverá ser apresentado na próxima terça-feira, 21/07,
com a definição dos vereadores que irão fazer parte da comissão.
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Secom/PMVR
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