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VONTADE: o impulso que transforma intenção em ação!

Revista O Lojista - edição 158 - página 20 - 01/12/2017

*Mirella Marchito Condé

Compartilhei um artigo do queridíssimo Eduardo Camello com o título: coragem, o elemento que transforma criatura em criador! Um tempo depois, retornando de uma palestra que acabara de realizar para mulheres empreendedoras, lembrei-me de uma frase de Albert Einstein, sobre vontade, que complementa o artigo, onde se lê: “Existe uma força mais poderosa que a eletricidade, o vapor e a energia atômica: a vontade”. Consultando o dicionário no intuito de ser fiel ao significado da palavra, encontro duas definições que ajudarão a desenvolver o raciocínio ao longo deste artigo:

1. Faculdade que tem o ser humano de querer, de escolher, de livremente praticar ou deixar de praticar certos atos.
2. Força interior que impulsiona o indivíduo a realizar algo, a atingir seus fins ou desejos; ânimo, determinação, firmeza.

Deparar-me com essas definições era tudo o que eu precisava para começar a divagar sobre a importância da vontade no comportamento empreendedor. A vontade, enquanto faculdade ou, em outras palavras, capacidade que tem o ser humano de querer, de escolher, de livremente praticar ou deixar de praticar certos atos, está presente em todas as pessoas. Pelo menos em todas as pessoas consideradas capazes apropriando-se do conceito jurídico da palavra, que determina “a possibilidade de ela (a pessoa) exercer pessoalmente os atos da vida civil. 

Aqui propomos a primeira reflexão: todas as pessoas que possuem vontade, enquanto capacidade de escolha, são empreendedoras? E a resposta como já se pode imaginar é não, porque a vontade é o ponto de partida, é o elemento comum a todas as pessoas: todos temos, mas nem todos a utilizamos corriqueiramente. 
Quantas pessoas você conhece que passam a vida realizando as vontades dos outros, sejam estes  pais, amigos, professores, namorados, maridos, religiões, etc. Quantas pessoas você conhece que não fazem as próprias escolhas com medo de serem rejeitadas, de magoar, de abrir mão de conforto e segurança? Ok! Você pode dizer que o próprio conceito diz “livremente praticar”, e cada um tem a liberdade de escolher o que quiser. Fato indiscutível e inegável, pois se uma pessoa escolhe não fazer, ela já fez sua escolha: a escolha de parar, de não continuar!

Passemos, contudo, à vontade enquanto força interior que impulsiona o indivíduo a realizar algo. A partir do momento que uma pessoa aciona sua vontade para fazer escolhas e em seguida tem o impulso de realizar algo: aí sim está o comportamento empreendedor! Fazer escolhas e não agir, não vai levá-lo a lugar nenhum. Mas fazer escolhas e impulsionar seus pensamentos, sentimentos e atitudes na direção dos seus fins ou desejos, o torna um empreendedor!  Não por acaso, a informação é o início de qualquer coisa que venhamos a realizar, pois é a partir de uma informação que nós fazemos escolhas… ou não!

Vejamos: Ao entrar em contato com uma informação que desperta em você algum sentimento, mobilizando suas emoções (sejam essas emoções positivas ou negativas), essa mesma informação que não significa nada para uma multidão de pessoas vai movimentar a sua vontade na direção de uma intenção. Ou seja, o que era uma apenas uma informação como tantas outras que nos chegam pela tevê, internet, rádio, livros, etc, com o significado que você atribui a ela, desperta em ti uma intenção. Aquilo mexeu contigo de uma maneira diferente e você acionou a vontade para fazer uma escolha! 

Feita a escolha, você passou a ter uma intenção que leva a dois caminhos possíveis:

1) Você tem intenção, mas não possui energia, ou vontade suficiente para dar o próximo passo. Fim de linha.
2) Sua vontade é novamente acionada e você começa a imaginar uma maneira de realizar o que deseja, e nesse imaginar cabe um universo de coisas como pesquisar, observar, experimentar, projetar, e por aí vai…

Se você entra em contato com uma informação, transforma esta em intenção e não avança para a imaginação: a vontade, em você, se manifesta apenas quando precisa fazer escolhas, e ponto final. Faltou a coragem! Todavia, se você entra em contato com uma informação, faz uma escolha, transforma em intenção, e tem coragem de movimentar sua energia para avançar, você teve força suficiente para impulsionar a vontade para a realização dos seus desejos!

Se a vontade é o elemento que transforma informação em intenção, a coragem associada à vontade, transformará intenção em ação! Porque o passo seguinte à imaginação é tornar seu sonho ou desejo em algo possível de ser implementado, experimentado, vivenciado! Indo além, se o objeto desta implementação for dotado de características como criatividade, novidade, utilidade e lucratividade, você terá alcançado a inovação! E para terminar, deixo vocês com uma nova reflexão: onde mesmo começa a inovação?

*Mirella Marchito Condé é especialista em Empreendedorismo e Inovação com mestrado em Sistemas de Gestão pela UFF. Palestrante, Professora na Fundação Getúlio Vargas e na Universidade Estácio de Sá, Analista no Sebrae/RJ.

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