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CDL-VR estimula contratação de pessoas com deficiência

Revista O Lojista - edição 156 - página 22 - 13/10/2017

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No dia 27 de setembro, a CDL-VR (Câmara de Dirigentes Lojistas de Volta Redonda) sediou o “Setembro da Inclusão”. O objetivo do evento gratuito e aberto ao público foi incentivar as empresas a abrirem vagas, se adaptarem às exigências da lei, por meio das cotas para portadores de deficiências, as chamadas PCD´s e se conscientizarem sobre as necessidades da inclusão deles no mercado de trabalho. 

A campanha foi uma realização da CDL-VR, Aciap-VR (Associação Comercial), Sicomércio-VR (Sindicato do Comércio Varejista), Prefeitura e IBDFAM-RJ (Instituto Brasileiro de Direito de Família do Rio de Janeiro).Cinco empresas tiveram um estande montado no evento para a captação dos currículos de pessoas com deficiências. 

O público presente pôde acompanhar palestras, apresentações artísticas e depoimentos de pessoas que já estão no mercado de trabalho. 

Segundo o presidente da CDL-VR, Adriano Santos, debater tanto a dificuldade do empresário em conseguir preencher a cota, quando a do portador de deficiência de conseguir se candidatar às vagas, é uma necessidade. “A lei veio criar oportunidades para os dois lados, mas a Justiça também precisa entender que nem sempre é fácil encontrar mão de obra qualificada, independentemente da condição física ou intelectual, por isso, estamos mobilizando todos os setores para que amplie essa discussão”, acrescentou.

De acordo com a Luciane Alcântara, gerente executiva da Aciap-VR, desde 2015, as empresas têm notificado à entidade sobre a dificuldade da captação de colaboradores com deficiência. “Por isso, há três anos fazemos eventos para incentivar esse processo de contratação e esse superou nossas expectativas. É difícil mobilizar as pessoas para participarem de eventos como esse, mas tivemos apoio da Apae, Copene e da Apadefi e conseguimos trazer um público relevante”, complementou.

Pedro Dalboni, presidente do Instituto Brasileiro de Direito da Família do Sul Fluminense, o IBDFAM, também marcou presença no evento. Segundo ele, esse assunto está diretamente relacionado ao contexto familiar. “As pessoas com deficiência já têm direito ao Benefício de Prestação Continuada, que oferece um salário-mínimo mensal para o deficiente. Na grande maioria, eles acreditam que os deficientes, ao serem contratados, perdem esse benefício, o que não é verdade. Se essa pessoa sair do mercado de trabalho, por algum motivo, esse direito se reestabelece”, explicou. 

Para o vice-prefeito da cidade, Maycon Abrantes, esse problema de inclusão social no mercado de trabalho da pessoa com deficiência existe há bastante tempo. “Fizemos também uma proposta de alteração dessa lei de cotas, dentro da Associação. Essa união das entidades e do poder público é fundamental, tanto para a obrigação, quanto para a inclusão”, acrescentou.

Centro Universitário Geraldo di Biase – UGB Ferp

 “A gente achou o evento muito interessante, porque nós temos a exigência da lei de cota, que é alta. Nós precisamos de 29 colaboradores e, atualmente, só temos dez, passamos por dificuldades para conseguir esses profissionais. Hoje, temos vagas de auxiliar de serviços gerais, mas já estamos abrindo mais vagas”, disse Bruna Silva, técnica de Segurança do Trabalho.

Constru Service

“Foi um momento de crescimento, tanto da cidade quanto das pessoas presentes. Precisamos ter mais eventos como esse para realmente incluir essas pessoas. Atualmente, estamos com a vaga de auxiliar de serviços gerais”, lembrou Júlia Carla da Silva, aprendiz.

Drogaria Moderna

“Eu achei fantástico e colaborativo, principalmente, por ter contato com as instituições da cidade. Isso proporciona uma integração entre as empregas, deficientes e instituições. Agora, nós temos vagas de operador de loja, balconista de medicamentos e perfumaria, farmacêutico e gerente”, compartilhou Priscila Machado Pires, psicóloga.

Drogaria Retiro

“Esse evento foi esclarecedor, pelas palestras que a gente teve. Nós ficamos sabendo das mudanças que tiveram. Foi uma grande oportunidade estarmos participando, porque nós divulgamos esse interesse dos profissionais estarem com a gente. Atualmente, temos vagas de operador e auxiliar de loja, mas nós procuramos dar oportunidades de acordo com o currículo da pessoa”, Keila Gasparino, contou analista de RH.

Glória Contabilidade

“Nós não temos essa cota dos deficientes, mas nós entendemos que esse evento auxilia na responsabilidade social, por isso escolhemos participar. As pessoas com deficiências precisam ter essa oportunidade de se ingressar no mercado de trabalho. Nós estamos captando currículos para abrirmos futuras vagas”, falou Isabel Silva, psicóloga.

Demanda

Há 26 anos uma lei federal determina que de 2% a 5% do quadro de funcionários das empresas devem ser destinados à inclusão. O percentual varia de acordo com o número de trabalhadores: até 200 são necessários 2% do quadro de funcionários; até 500 são 3%; até 1.000 o percentual passa a ser de 4% e acima de 1001 são de 5%.

No Estado do Rio de Janeiro, existe uma demanda reprimida de 50 mil de deficientes precisando de emprego, conforme afirmou Luiz Felipe Mansur Assumpção, gerente do Ministério do Trabalho no Sul Fluminense: “O Ministério do Trabalho trabalha na ótica da legalidade. Culturalmente, os próprios familiares querem ocultar numa forma de proteção. Precisamos dessa transformação de cultura através de campanha de conscientização”.

Habilitação aos deficientes físicos

As políticas voltadas para a inclusão já estão sendo realizadas pelo governo municipal. Em parceria com a montadora, um veículo será cedido ao município para a realização de provas e aulas para a emissão da habilitação. “A parceria vai beneficiar não apenas Volta Redonda, mas toda a nossa região. Não é um projeto do prefeito, mas para todos os deficientes físicos. Antes, os deficientes precisavam ir ao Rio de Janeiro para tirar a habilitação. Isso é também uma forma de inclusão no mercado de trabalho”, afirmou o prefeito Samuca Silva.

Acessibilidade aos novos projetos do IPPU

Conforme a determinação do prefeito Samuca Silva, o Instituto de Planejamento e Pesquisa Urbana (IPPU) têm agora uma comissão, formada por entidades que atendem os deficientes, para opinar sobre a acessibilidade em todos os projetos arquitetônicos da autarquia.

O escritor e artista plástico Antônio Carlos Rodrigues, 55 anos, cadeirante há 16, que essa é a grande dificuldade do deficiente e comemorou o anúncio: “Isso é problema crônico, não só em Volta Redonda, mas em todo país. Fico muito feliz com atitude do prefeito Samuca Silva”.

Balança aos deficientes
Só para se ter uma ideia, os deficientes físicos de Volta Redonda precisam ir a um lixão ou numa clínica veterinária para se pesar. A prefeitura vai acabar com isso ainda esse ano, conforme garantiu o secretário municipal de Saúde, Alfredo Peixoto. “A cidade receberá o equipamento nos próximos meses. Isso não pode acontecer mais”, garantiu Alfredo Peixoto, secretário municipal de Saúde.

Reconhecida de Utilidade Pública: Lei Municipal Nº 1381/76 - Lei Estadual Nº 1559/89
Filiada: Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Rio de Janeiro.

Agência Interagir