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Lan houses buscam criatividade para ficarem de portas abertas

09/04/2018

Há mais de cinco anos funcionando no bairro Belo Horizonte, a lan house do comerciante Igor Felipe Machado já vivenciou dias melhores, mas atualmente foi vencida pela tecnologia dos novos e sofisticados aparelhos celulares. Segundo Igor, em cinco anos, o faturamento com serviços de lan house diminuiu em 80%.

– Agora para sobreviver além do serviço de lan house, que está praticamente sem público, vendo doces e refrigerantes e também trabalho com impressão, faço currículos, fotocópias e imprimo boletos em geral. Antigamente vinha muita gente para utilizar o espaço e divertir com várias opções de games virtuais, mas a partir de 2014 quando os celulares ficaram mais populares e aumentaram as opções de baixar games pela internet, os jovens abandonaram as lan houses – lamentou Igor.

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Hoje em dia o perfil dos seus clientes, lembrou Igor, é de pessoas mais idosas que vão ao local para tirar preparar um currículo, emitir boletos, entre outros documentos e tirar cópias.

– Os jovens que há alguns anos lotavam a minha lan house sumiram. Hoje em dia ainda recebo três ou quatro clientes que continuam jogando games conhecidos, mas este público reduziu em 80% atualmente. Algumas pessoas ainda utilizam os computadores para fazer trabalhos escolares. Acredito que o acesso aos celulares contribuiu para uma evasão maior do público jovem – diz.

Para ajudar no faturamento, Igor também mantém um serviço de manutenção de celulares e computadores, além de vender acessórios para celulares.

– Só com os serviços de lan house o meu faturamento chega a 20%, já os serviços de manutenção e os complementares são responsáveis por 70% do faturamento atual, os outros 10% são obtidos com a venda de refrigerantes e guloseimas aos clientes – completa, acrescentando que as lan houses estão com os dias contados.

Experiência profissional

O técnico de informática Sandro Garcia teve que usar a experiência profissional para não ser obrigado a fechar o comércio. Dono de uma lan house, no bairro Vila Americana, onde chegou a ter 22 computadores no auge do seu negócio, a partir de 2013 começou a ver a sua clientela diminuir, sendo obrigado a deixar de oferecer serviços de games e o acesso a computadores.

– A facilidade cada vez maior de acesso por parte dos jovens a celular e computadores mais sofisticados, além da facilidade de baixar games pela internet fez com que as pessoas se afastassem cada vez mais. Hoje em dia qualquer celular possibilita acesso a games e sites de relacionamentos, o próprio WhatsApp afastou as pessoas – comenta.
Segundo Sandro, a solução encontrada por ele foi oferecer serviços diferenciados para complementar o seu faturamento.

– Já oferecia serviços como cópia e impressão, mas agora ampliei ainda mais através de impressões de IPVA, DuDa, agendamentos no Detran, agendamento no Ministério do Trabalho, agendamento para o TER e para tirar passaporte na Polícia Federal e até agendamento no INSS. Hoje só não faço simulado para aposentadoria e calculo do imposto de renda. O técnico ainda faz serviço de manutenção de computadores, CPUs e notebooks – destaca.

O técnico ressalta que hoje os serviços de balcão como impressão, boletos e agendamentos correspondem a 40% do seu lucro, já os 60% restantes são oriundos da manutenção de computadores.

O técnico em radiologia Natanael Alves Teixeira sempre foi cliente da lan house de Sandro, onde ia para fazer pesquisas, informações científicas e para buscar novas oportunidades de trabalho.

– Era comum eu frequentar o local para pesquisar e buscar informações científicas sobre a minha área. Mas agora com o celular estou com o computador em minha mão e não preciso mais ir à lan house, a não ser para imprimir alguma coisa – explica.

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Agência Interagir