Segundo
dados do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), Volta Redonda foi a
cidade do Sul do Estado que mais demitiu em abril, período mais crítico para a
economia durante a pandemia do novo coronavírus, quando o comércio ficou
fechado. Foram registradas 2.008 demissões. Os dados são com base na quantidade
de requerimentos solicitando o seguro-desemprego. Nessa conta não entram, por
exemplo, os contratos suspensos e nem quem foi dispensado com menos de um ano
de carteira assinada ou estava cumprindo aviso prévio.
Na avaliação da Câmara de Dirigentes Lojistas de Volta Redonda (CDL-VR), esses
números podem ser ainda maiores se levar em conta que houve demissões em março,
que não foram divulgadas pelo Governo Federal, além das que foram feitas no
início de maio.
“Infelizmente, grande parte das empresas, que é formada por pelo menos 80%, não
conseguiu reter os trabalhadores por estar sem faturamento. Muitas famílias
perderam suas rendas e só vamos sentir o impacto dessa quarentena a médio
prazo, porque nem todas as empresas vão conseguir reabsorver funcionários que
estavam com contratos suspensos ou de férias”, comentou Gilson de Castro,
presidente da CDL-VR.
Para o presidente do Sicomércio-VR, Jerônimo dos Santos, a situação ainda é
muito complicada. As lojas abriram depois de 50 dias sem vender, fecharam de
novo por mais uma semana, e agora, voltaram a abrir. Essa instabilidade, além
desse horário que é muito ruim, de 14h às 22h, causa muita incerteza. Muitas
empresas não têm fôlego para se manterem sem garantia de que vão poder continuar
funcionando até para pensar em voltar a investir”, comentou.
Já Luís Fernando Soares, presidente da Aciap-VR, lembrou que a estimativa é de
que pelo menos 30% das empresas não consigam se manter abertas. “Não se
recupera quase dois meses fechados em uma semana. Isso traz impacto negativo em
todos os setores. Sem vender, cai a arrecadação de impostos e, com isso, a
cidade fica com menos dinheiro para investir em todas as áreas, entre elas, a
saúde, por exemplo, tão fundamental neste momento em que precisamos cuidar de
quem adoece”, comentou.
As entidades empresariais reforçaram que continuam contrárias ao horário de 14h
às 22h, de segunda a sábado, levando em conta a deficiência no transporte
público e desse período noturno ser mais visado por criminosos. A proposta delas
é que o funcionamento seja de 10 às 18h, de segunda à sexta-feira, e aos
sábados, de 9h às 13h. “Sábado, por exemplo, não tem nem justificativa, porque boa
parte de outros setores não funciona, como bancos, escritórios, entre outros. O
comércio está fazendo de tudo para seguir as regras, com medidas preventivas,
pedindo para que evitem aglomerações. Precisamos de mais apoio do Poder Público
para que se salvem vidas e empregos”, acrescentou Jerônimo.
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Secom/PMVR
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